"Artistas de Ibiporã": Conheça o arte vitralista Rinaldo Germinaro

 

Publicado em: 12/04/2022 12:52 | Fonte/Agência: Caroline Vicentini – Secretaria Municipal de Cultura e Turismo/PMI

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Naro é muito requisitado para realizar pinturas artísticas e vitrais em igrejas

Há mais de 20 anos o londrinense radicado em Ibiporã Rinaldo Roberto Germinaro, o Naro, dedica-se ao vitralismo – arte milenar, delicada e minuciosa cuja técnica pouco mudou até os dias de hoje. O vitral originou-se no Oriente por volta do século X. Difundido na Europa durante a Idade Média, os vitrais foram amplamente utilizados na ornamentação de igrejas e catedrais, uma vez que o efeito da luz do Sol que por eles penetravam, conferia uma maior imponência e espiritualidade ao ambiente, efeito reforçado pelas imagens retratadas, em sua maioria cenas religiosas. Adicionalmente, serviam como recurso didático para a instrução do catolicismo a uma população inculta e analfabeta.

Com talento para o desenho e a pintura, Naro se encantou pela imponência e magia dos vitrais ainda criança, ao observar os vitrais da paróquia em que fazia catequese. “Eu tinha uns 12 anos. Durante a catequese, eu ficava ‘viajando’ naqueles vitrais coloridos que ornamentavam as janelas da paróquia. A luz transpassando aqueles vidros coloridos e refletindo harmoniosamente dentro da igreja. Aquilo me deixou apaixonado pela arte do vitral”, relembra Naro.

Já conhecido pela comunidade católica por suas pinturas, o arte vitralista conta que começou a ser questionado pelos padres se não confeccionava vitrais. Ao perceber que poucos artistas dominavam a técnica, decidiu, no início dos anos 2000, fazer um curso de vitralismo em São Paulo. “Fui a convite do meu amigo, o vitralista Sérgio Prata. A oficina, de poucos dias, foi com a francesa Clotilde Gontel. Aprendi várias coisas, mas ‘o pulo do gato’ eles não ensinaram, né. Isso foi na prática, graças à minha dedicação”, comenta o vitralista.

A apurada técnica do vitral exige conhecimento sobre as variações de luminosidade, composição de vidro e de cores, além de interpretações em torno da história e da teologia. “Noventa por cento dos materiais são importados, e, por isso, caros, exigindo muito cuidado no manuseio”, ressalta Naro.

As etapas de confecção, ontem como hoje, são praticamente as mesmas. Em primeiro lugar, estuda-se o tema. Em seguida, faz-se um projeto de adaptação do desenho para o metal. O passo seguinte é a composição das estruturas metálicas e imediato tratamento delas, para evitar corrosão. O corte dos vidros, que normalmente são importados da França, Bélgica ou Alemanha (apesar de existirem exemplares nacionais), é a próxima etapa. As pinturas sobre essas lâminas, que exigem várias queimas para se atingir a cor que se quer realçar, são a parte mais delicada, e exigem conhecimento técnico apurado.

“Depois de tudo isso, iniciamos a amarração dos perfis de chumbo para cada quadro do vitral, fazemos a calafetagem, para impermeabilizar, e efetuamos a moldagem do chumbo sobre cada pedaço de vidro. Aí, damos o acabamento final e um polimento”, que, como suportes para a grade metálica, podem ser usados o ferro, o latão ou o inox”, detalha o artista.

Não obstante execute projetos comerciais e residenciais, Naro é mais requisitado para realizar pinturas artísticas e vitrais em igrejas. As obras do artista podem ser apreciadas nas paredes, janelas, portas e altares de paróquias espalhadas por vários estados do país, principalmente no Paraná, e interior de São Paulo e Minas Gerais. “Tem uma frase do Louis Nizer que eu gosto mais. Ela sempre me acompanha. “O homem que trabalha com as mãos é um operário. O homem que trabalha com as mãos e o cérebro é um artesão; mas o homem que trabalha com as mãos, cérebro e o coração é um artista”. Sou muito abençoado por ter este dom e realizado em meu ofício”, conclui Naro.

 

Oficina de Introdução à Arte do Vitral

 

Quem tem encanto pelo vidro e gostaria de iniciar na arte do vitral pode participar gratuitamente da oficina de “Introdução à Arte do Vitral”, a ser ministrada pelo artista Rinaldo Roberto Germinaro.

As aulas acontecerão nos dias 19 e 20 de abril, das 13h30 às 17 horas, no próprio ateliê do artista, em Ibiporã (Rua Vicente Machado, 540). A idade mínima exigida para participar da oficina é 18 anos.

As inscrições podem ser feitas até a próxima segunda-feira (18), na Biblioteca Pública Municipal de Ibiporã (Rua 1º de Maio, 200, esquina com Rua José Bonifácio). Telefone: 31780202.  Horário de atendimento: segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. È necessário levar um documento oficial com foto. Vagas limitadas.

 

Assista à entrevista com o arte vitralista Naro clicando aqui.