A Matriz atual de Ibiporã foi construída toda em blocos de concreto, entre 1950 e 1959, e teve como impulso doações de sacas de café dos produtores locais e a ajuda de toda a comunidade. De estilo românico, a Matriz recebeu vitrais da Itália e conta com belas pinturas, afrescos e esculturas do artista plástico Henrique de Aragão, que chegou à cidade em 1965 e fixou o seu ateliê de trabalho anos depois (faleceu em 2015). Aragão é um dos principais artistas sacros do Brasil. Turistas de várias partes do Brasil e do exterior vêm a Ibiporã para conhecer 'in loco' a sua obra.
Paróquia Nossa Senhora da Paz - Rua 1º de Maio, 350 – fone 3158-3003
Em 1950, após alguns meses de convívio com os ibiporaenses, o padre italiano Leone Gervasoni, pároco da época, e o então vigário, padre José Zanelli, ambos da Congregação do PIME, que haviam chegado à cidade em novembro de 1948, idealizaram a construção de uma nova Igreja Matriz, para substituir a antiga igrejinha de madeira que servia os católicos, construída em 1939.
No dia 19 de junho de 1950, conforme registro do Livro Tombo II da Paróquia Nossa Senhora da Paz (nome da Matriz de Ibiporã), iniciou-se o processo de construção da igreja atual, liderado pelo padre Leone. O padre encampou uma campanha de arrecadação e doação de sacas de café para a construção, que contou com o apoio de toda a comunidade católica.
Essa Matriz atual, cuja arquitetura é de estilo românico, segundo afirmou o artista plástico Henrique de Aragão, teve o seu projeto elaborado por um arquiteto italiano e foi concluída dia 31 de julho de 1959, de acordo com registro feito nesta data pelo padre Leone no Livro Tombo II.
Entre os detalhes artísticos, em 1955 foi feita a coloração da Via-Sacra da igreja pelo artista italiano Alfonso Di Carlo. Outro destaque da igreja são seus vitrais, bancados pelas famílias de maior renda na época e por algumas instituições, como a Colonizadora Beltrão & Cia. e o PIME. Em 1956, com a mudança da Diocese de Jacarezinho para a nova Diocese de Londrina, criada 1º de fevereiro de 1956, a paróquia de Ibiporã passou a pertencer a Londrina. Em 1957, o novo bispo de Londrina, Dom Geraldo Fernandes Bijos, que havia assumido em 17 de fevereiro de 1957, pediu a mudança de nome da paróquia e da padroeira de Ibiporã, de Imaculada Conceição, para Nossa Senhora da Paz.
Henrique de Aragão
Mudou-se para Ibiporã provavelmente em 1967 e morou por cerca de dois anos na residência de Orlando Pelisson e de Aparecida Peretti Pelisson, até conseguir do prefeito Ciro Ibirá de Barros (1963-69) a doação de um barracão onde constituiu a Casa de Artes e Ofícios Paulo VI, em 1966. Posteriormente passaria a morar na casa.
Na Igreja Matriz de Ibiporã, Henrique deixou uma vasta produção artística, que foi fazendo aos poucos, conforme surgiam as encomendas dos padres: a pintura dos tímpanos que sustentam a cúpula, que reproduzem a figuração dos quatro evangelistas narradas no livro do Apocalipse; a escultura do Cristo Ressuscitado (em latão, de 1972), o sacrário (feito em peroba maciça e ouro), a pia batismal, o altar de Nossa Senhora Aparecida, os arcos das portas de entrada, os ornatos, capitéis, todos feitos em concreto; os lustres, os medalhões e outros detalhes do presbitério.
Mas Henrique também deixou obras nas Capelas do Guarani (São Sebastião), do Jardim Bom Pastor e na Capela Guadalupe.