Um dos ícones da arte sacra no Brasil, Joaquim Henrique de Aragão nasceu em Campina Grande (PB) no dia 1º de agosto de 1931 e morreu em Ibiporã, em 25 de agosto de 2015. Fez cursos de artes na Itália e na França entre 1959 e 1962, e a partir de 1963 passou a se dedicar à arte sacra, residindo em São Paulo.
Em 1965 veio para Apucarana (PR), a convite do bispo daquela Diocese, Dom Romeu Alberti, para pintar a 'abside' (o fundo do altar) da Catedral Nossa Senhora de Lourdes, de Apucarana. Nesse mesmo ano teria vindo pela primeira vez a Ibiporã (PR) para executar o projeto da Capela do Guarani (Capela São Sebastião), conforme consta no Dicionário das Artes Plásticas no Paraná (ARAÚJO, 2006, p. 289). Além do projeto da igreja, Henrique produziu obras sacras para esta capela, como o altar em madeira maciça e o sacrário, em metal. Nesta época morou por mais de um ano na residência de Orlando Pelisson e Aparecida Peretti Pelisson.
Também em 1965 iniciou a pintura da cúpula da Igreja Matriz de Ibiporã (Paróquia Nossa Senhora da Paz), a icônica imagem do pelicano com seus filhotes e outros pássaros voando ao seu encontro, como uma alusão a Jesus na Eucaristia. Em 1966, conseguiu do prefeito Ciro Ibirá de Barros (1963-69) a cessão de um barracão da Prefeitura onde passou a morar e onde constituiu, em 18/06/1966, a Casa de Artes e Ofícios Paulo VI.
A Casa de Artes foi o local onde Henrique manteve durante 49 anos o seu ateliê de pintura e escultura, e onde eram realizadas aulas de teatro, música, literatura, dança e artes plásticas. O espaço conta com um teatro ao ar livre (o Teatro Eutália Aragão, que leva o nome da mãe do artista), um lago e jardim, o ateliê de produção e uma galeria de arte com dezenas de obras que despertam a atenção de visitantes do Brasil e exterior.
Após a morte de Aragão, em agosto de 2015, o imóvel e o seu acervo foram transferidos para o Município de Ibiporã em 2016 e hoje são administrados pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, ficando localizados à Rua 1º de Maio, 224 - Centro - Ibiporã.
Em sua obra sacra, Henrique resgata o humanismo, ao mesmo tempo em que pratica uma poética gestada em um expressionismo muito pessoal: "O homem se encontra diante da manifestação do sagrado, faz a experiência do divino e nesta experiência descobre o significado da condição humana", analisa a artista Adalice Araújo, autora do Dicionário de Artes Plásticas do Paraná (2006).
Pesquisa: Jaime Kaster/ MHAI
Fonte: ARAÚJO, Adalice Maria de. Dicionário das Artes Plásticas no Paraná. Curitiba: Edição do Autor, 2006, p. 289-290.
Mais informações e biografia de Henrique de Aragão, no site Artes na Web:
http://www.artesnaweb.com.br/index.php?pagina=home&abrir=arte&acervo=192