História de Ibiporã é tema de pesquisa de Mestrado

 

Publicado em: 20/01/2017 17:10

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História de Ibiporã é tema de pesquisa de Mestrado

Ferrovia e estação de Ibiporã em construção - 1936

O jornalista e mes­trando em Comunicação Jaime dos Santos Kaster defende no próximo dia 23 de janeiro, segunda-feira, a partir das 14h, na sala 683 do CECA-UEL, a dis­ser­tação "A fotografia na recuperação da história e preservação da memória: a ferrovia e a estação ferroviária de Ibiporã (PR)". A banca será com­posta pelos pro­fes­sores Dr. Paulo César Boni (orientador) (Dep. de Comunicação - UEL), Dra. Florentina Neves Souza (Dep. de Comunicação - UEL) e Dra. Regina Célia Alegro (Dep. de História - UEL).

 

A pesquisa utilizou e analisou fotografias da Estrada de Ferro São Paulo-Paraná e da estação ferroviária de Ibiporã, no período entre 1936 e 1954 e, entre outras metodologias usadas para recuperação da história e da memória local, baseou-se em entrevistas com 28 pioneiros da cidade, que, na etapa final de seleção, foram restringidos a oito que mais contribuíram com narrativas sobre o tema: Aparecida Peretti Pelisson, Eleonora Beltrão Barcik, João Ibrahim Zachêo, João Rodrigues Tavares, José Bonfim Ledo, Lauro de Castro Beltrão, Lourdes Sípoli Lozam e Ramon Lozam.

 

O autor é jornalista da Prefeitura de Ibiporã, atua na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, onde coordena os projetos audiovisuais e editoriais de recuperação da memória local. Para a pesquisa de campo, contou com imagens e documentos dos acervos do Museu Histórico e de Artes de Ibiporã (MHAI), Museu Histórico de Londrina (MHL/UEL) e acervo das famílias. Além de sua contribuição para a academia e para a sociedade, este trabalho visa contribuir com o poder público de Ibiporã na tarefa de educação patrimonial e também no reconhecimento identitário do cidadão e da sociedade local no processo de construção de sua história. Em breve será disponibilizado para acesso público e um dos objetivos é transformá-lo em livro.

 

Resumo: Este trabalho utiliza a fotografia como fonte de pesquisa e como "disparadora do gatilho da memória" de pioneiros, com o objetivo de verificar como esse processo conjunto pode recuperar traços da história do município de Ibiporã (PR) e de um lugar de pertencimento da cidade: a estação ferroviária. O local foi ponto de partida para o início do povoado, em 1936, e é identificado pelos pioneiros como um "lugar identitário" e de "pertencimento", conforme conceitos de Augé (1994). Utilizando a proposta metodológica da fotografia como disparadora do gatilho da memória, desenvolvida na Universidade Estadual de Londrina pelo grupo de pesquisa Comunicação e História, foram seguidas as recomendações de Hoffmann (2010 e 2014) e Teixeira (2013) na aplicação dos procedimentos. A pesquisa de campo foi realizada em Ibiporã e Londrina e após um processo de seleção com 28 pioneiros ibiporaenses, oito foram submetidos ao método, com a utilização de 11 fotografias da estação e da Estrada de Ferro São Paulo-Paraná. A aplicação foi fundamentada em referenciais teóricos e em conceitos de Kossoy (2001), Panofsky (2009), Le Goff (2003), Bosi (2004), Thompson (1992), Meihy (2002), Halbwachs (1990), Augé (1994), Candau (2012), Tuan (2013) e Norberg-Schulz (2008). Com base nos resultados obtidos e nos novos conhecimentos gerados sobre o tema a partir das análises e das múltiplas memórias dos pioneiros, confirmou-se o potencial da fotografia como fonte histórica e a eficácia da proposta metodológica, graças ao poder informativo e detonador de emoções que as imagens exerceram sobre os entrevistados e sobre suas memórias.

 

 

Palavras-chave: Comunicação visual; Comunicação e História; História de Ibiporã (PR); Fotografia e Memória; Ferrovias.