O artista plástico Henrique de Aragão, um ícone da arte no Paraná e no Brasil e um dos maiores orgulhos de Ibiporã, onde residia desde 1967, morreu ontem aos 84 anos, em sua casa, onde estava sendo cuidado há meses por profissionais, pois lutava contra um câncer.
Um dos maiores nomes da arte sacra do Brasil e também da arte pública, Henrique tem centenas de obras espalhadas por igrejas e espaços públicos do País, a maior parte delas no Norte do Paraná.
A Igreja Matriz de Ibiporã, três capelas e várias praças da cidade possuem inúmeros trabalhos do artista, compondo um corredor de arte pública, o "Museu de Esculturas ao Ar Livre", criado em 1989 pela Prefeitura Municipal e que se tornou um roteiro de visitação para turistas e artistas que vêm a Ibiporã conhecer de perto a arte do paraibano, nascido em Campina Grande em 1931.
Seu valor
"O Henrique representa todo esse movimento que hoje vemos na área artística em Ibiporã. Se existe hoje aqui um teatro municipal é porque houve um movimento no qual, um dos idealizadores e quem promoveu a arte desde a década de 1960 foi o Henrique [quando se mudou para cá]. Então, quem passou pela Casa de Artes e Ofícios [Paulo VI], que foram prefeitos, vice-prefeitos, médicos, vários profissionais, artistas e vereadores, todos viram essa oportunidade de a cultura em Ibiporã crescer, em espaços físicos, em atividades. E é por isso temos essa Ibiporã onde a arte é destaque", enfatiza o secretário municipal de Cultura e Turismo, Julio Dutra.
"O Henrique é e foi referência pra todo esse processo. Quando recebemos visitantes de fora, muitos questionam 'porque uma cidade ainda pequena tem todo esse investimento e tantas atividades voltadas à cultura?' E nós respondemos: é porque aqui houve um processo, tem toda uma história e foram décadas em que esse trabalho foi acontecendo. Foi uma vocação que o município já tinha e que foi alimentada pelo trabalho deste artista, que hoje não está mais entre nós, mas deixa um grande legado de obras de arte, de informações e de crescimento diferenciado para o município e para o País", afirma o secretário.
Missa na Matriz e sepultamento
Seu corpo está sendo velado no Cine Teatro Municipal Padre José Zanelli de Ibiporã. O local não poderia ser mais apropriado, já que Henrique foi um dos precursores também do teatro em Ibiporã, juntamente com o padre José Zanelli, que dá nome ao local.
Às 16 horas, haverá uma missa de corpo presente na Igreja Matriz, que é toda decorada com pinturas, esculturas e ornatos e capitéis feitos por Aragão. Após a celebração, o corpo será levado ao Cemitério Municipal de Ibiporã, para o sepultamento por volta das 17 horas.
Henrique de Aragão: breve biografia
Joaquim Henrique de Aragão nasceu em Campina Grande (PB) dia 1º de agosto de 1931. Tinha portanto 84 anos. Reconhecido internacionalmente, Henrique residia em Ibiporã há 48 anos, tendo aqui chegado em 1967, após receber do então prefeito Ciro Ibirá de Barros (gestão 1963-1969) "um barracão" para desenvolver suas atividades e disseminar a cultura entre os jovens.
O barracão é hoje a Casa de Artes e Ofícios Paulo VI, onde Henrique mantinha o seu ateliê de trabalho (pintura, escultura, teatro, dança) e onde residia desde que chegou. No mesmo espaço existe também uma galeria de arte com dezenas de suas obras e que desperta a atenção dos visitantes de vários cantos do Brasil e do exterior. A casa fica ao lado da Fundação Cultural de Ibiporã, na Rua 1º de Maio, 224.
Aragão escolheu Ibiporã para viver "porque encontrou aqui solo fértil para desenvolver o seu trabalho", afirmou o ex-prefeito de Ibiporã, Daniel Pelisson, cuja família acolheu o artista por dois anos antes de sua mudança definitiva para a Casa de Artes, em 1967.
É autor de centenas de obras espalhadas por igrejas e espaços públicos do País, a maior parte delas no Norte do Paraná. A Igreja Matriz de Ibiporã, as capelas e várias praças da cidade possuem vários trabalhos do artista, compondo um corredor de arte pública, o "Museu de Esculturas ao Ar Livre", criado em 1989 pelo Governo Municipal e que é um roteiro de visitação para turistas e artistas que vêm a Ibiporã conhecer de perto a arte do paraibano.
Em entrevista à equipe da Fundação Cultural de Ibiporã, Aragão comentou que em termos de tamanho, sua maior obra em aço inox é o monumento "O Passageiro", situado na rotatória do Terminal Rodoviário de Londrina, confeccionado 1987 em comemoração aos 55 anos da Viação Garcia.
Impulso à cultura em Ibiporã
Aragão chegou ao Paraná na década de 1960, estabelecendo-se primeiro em Apucarana, e depois em Ibiporã, em 1967, na atual Casa de Artes e Ofícios. Sua primeira obra em Ibiporã foi a pintura da cúpula da Igreja Matriz.
Em seu ateliê de trabalho, além de produzir as obras, passou a ministrar cursos de desenho, pintura e escultura, dando origem à primeira escola de artes da região.
O local passou a agregar pessoas interessadas em arte e cultura, inclusive de cidades vizinhas. Henrique incentivou a criação da primeira escola de ballet de Ibiporã - que funcionava nos fundos de sua casa - na qual a atual vice-prefeita Sandra Moya começou seus estudos na dança. Sandra se formou bailarina e foi a primeira coordenadora da Escola Municipal de Dança, criada pela Prefeitura em 1990, um ano depois de ter sido implantada a Fundação Cultural de Ibiporã, na 1ª gestão do então prefeito José Maria Ferreira.
Henrique de Aragão fundou e dirigiu o primeiro grupo de teatro da Casa de Artes, o "Célula", base para a formação de atores, diretores, produtores e autores que ampliaram suas carreiras para outras cidades e estados, além de ter orientado numerosos artistas plásticos, desenhistas e arquitetos renomados.
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Por: Jaime Kaster - jornalista - Secretaria Municipal de Cultura e Turismo/ Fundação Cultural de Ibiporã - Prefeitura de Ibiporã
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