'"Artistas de Ibiporã" - Vradson Castro: um multiartista

 

Publicado em: 14/03/2022 09:35 | Fonte/Agência: Caroline Vicentini (texto) / Divulgação: Jaime Kaster/ Imagens e edição: Benito Del Fraro Neto - SMCT/ PMI

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Trabalhando em várias frentes, Vradson é hoje também professor de teatro e técnico na Secretaria de Cultura e Turismo de Ibiporã

DA SÉRIE 'ARTISTAS DE IBIPORÃ':

Um multiartista. É assim que podemos definir Vradson Castro. Nascido em Paranaguá, veio com 2 anos de idade para Ibiporã e hoje, aos 34 anos, exibe o talento tanto nas artes plásticas quanto no teatro.

Desenho, pintura, escultura em arame, criação e confecção de cenários, figurinos e adereços, iluminação e sonoplastia, criador de conteúdo audiovisual, ator. Essas são algumas das facetas artísticas de Vradson, cuja primeira aptidão descoberta foi para o desenho. “Gostava de desenhar os personagens que via na TV. Um tio meu (Walmir Takaki Rocha), que era professor de desenho na Fundação Cultural de Ibiporã, percebeu minha facilidade e me convidou para frequentar as aulas. Eu tinha 9 anos”, relembra o artista.

Castro comenta que o contato com outras expressões artísticas surgiu com o teatro. “Eu era adolescente, e comecei a fazer teatro por conta da cenografia. Alunos do colégio em que eu estudava montaram uma peça para concorrer no Festival de Arte da Rede Estudantil do Paraná (FERA) e eu fui convidado para confeccionar o cenário. E a partir daí eu comecei a trabalhar par a par com ambos. E o desenho sempre fazendo parte das minhas criações”, conta.

FIGURINO E ESCULTURA

Já envolvido com as artes cênicas, começou a fazer figurinos – do esboço até a costura - e adereços (objetos de cena). “Em seguida, iniciei o desenvolvimento de técnicas de escultura. Primeiro com papel machê, depois argila, madeira e, por último, arame. Agora estou fazendo vídeos para a internet; uns tutoriais ensinando o passo a passo de como desenhar”, informa o ibiporaense.

Com tantas aptidões, engana-se quem pensa que todo o conhecimento de Castro foi adquirido em salas de aula. Praticamente um autodidata, o artista, que é graduado em Pedagogia, pós-graduado em Psicopedagogia e Psicanálise, e, atualmente, servidor público na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Ibiporã (SMCT), como técnico de iluminação e sonoplastia e professor do curso de teatro, desenvolveu todas essas habilidades graças a sua criatividade, curiosidade e sensibilidade.

‘QUASE TODO ME INSPIRA”

“Eu acho que tudo o que eu aprendi em arte foi praticamente assim – eu via a obra, pensava como tinha sido feita e aí eu ia pesquisando e desenvolvendo a técnica. Eu comecei fazendo desenho de observação. A minha cabeça é muito bagunçada (risos). Quase tudo me inspira, mas principalmente o que estou sentindo no momento. Crio conforme o meu estado emocional”, revela Castro.

A Casa de Artes e Ofícios Paulo VI ocupa um lugar especial na sua formação artística. Foi neste espaço que conheceu e aprendeu muito com o também multiartista Henrique de Aragão. “Comecei a frequentar a Casa de Artes quando fazia o curso de teatro da Fundação Cultural. Eu tinha 16, 17 anos e costumávamos usar o palco do teatro Eutália Aragão (teatro de arena construído nos fundos da casa onde viveu Henrique de Aragão), para ensaiar. E o Henrique sempre aparecia para nos assistir, dar palpites. Gostava de trocar ideias com ele. Foi assim que nasceu a nossa amizade”, recorda-se.

TRABALHOS

Do convívio e apreço pelas artes, surgiram parcerias de trabalho. “Em 2008 fui convidado a escrever e dirigir um espetáculo para a inauguração de uma obra dele. Trata-se da escultura “Velas ao Vento”, localizada em frente à Igreja Matriz. Escrevi então, orientado por ele, a peça ‘Poeira das Estrelas’. A vernissage da inauguração não aconteceu, e infelizmente o espetáculo só veio a ser montado em 2017 com minha turma de alunos do curso de teatro da Secretaria de Cultura, dois anos após sua partida. Também o auxiliei na última obra que estava produzindo antes de morrer” – a escultura em aço “O anjo e o grilo –, recorda Castro.

O artista ressalta a influência de Henrique de Aragão em seu fazer artístico. “Tomei gosto por estudar anatomia, proporção, graças ao Henrique. Para a cenografia, por exemplo, eu uso muito papelão, espuma. E a técnica de recortar e ir modelando parte por parte do objeto até ele tomar forma é a mesma que ele utilizava para fazer as esculturas em metal. Até esta espécie de transe que eu entro para pintar, desenhar, absorvi dele. Lembro-me que ele falava – “a partir do momento em que eu começar a pintar, não converso mais. E aí eu assistia àquele espetáculo. Ele fazia quase que uma dança ali misturando os elementos”, relata Castro.

De: Caroline Vicentini (jornalista) - SMCT/ PMI

Divulgação: Jaime Kaster - SMCT / PMI

- Confira e compartilhe a entrevista em vídeo com mais este talento "da casa" em nosso Canal no Youtube - Imagens e Edição: Benito Del Fraro Neto

https://www.youtube.com/watch?v=pRTrHqCArS0