José Roberto enviou ao Museu Histórico de Ibiporã três fotografias da década de 1960, quando morou em Ibiporã
Preciosidades que os nossos Museus recebem... Fotos da casinha de madeira da estação, na década de 1960, enviada por José Roberto Pontes
O Museu do Café de Ibiporã (antiga Estação Ferroviária), espaço administrado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, recebeu no mês passado a nobre visita de José Roberto Pontes, advogado e fotógrafo, neto do Sr. João Peliky, ferroviário que trabalhou vários anos na estação de Ibiporã como chefe de linha. O chefe ou “mestre de linha”, como era chamado, era responsável por tudo o que ocorria ao longo da linha férrea e coordenava as equipes de manutenção dos trilhos.
De acordo com José Roberto Pontes, que foi recebido no Museu pela servidora Cida Ribeiro , seu avô materno João Peliky era natural de Mallet (PR), descendente de poloneses, e casou-se com Ursulina Peliky, natural de Campo Largo (PR), descendente de italianos. Seu bisavô também era ferroviário, relata ele: “Pelo registro na carteira de identidade do Centro dos Ferroviários, meu bisavô Basilio Peliky, de nacionalidade polonesa, aposentou-se em 1943 pela Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande”.
O que fez o advogado retornar a Ibiporã após décadas foi buscar reviver memórias de sua infância, pois morou na casa de madeira que era ocupada pelo chefe de linha e que ainda está em pé próxima ao prédio da estação (foto da casinha abaixo em dia de visita de alunos, em 2019).
“Eu tinha apenas 8 anos naquela época em que vivi nessa casa do meu avô e eram muitas crianças”, conta José Roberto, que enviou ao Museu Histórico e de Artes de Ibiporã (MHAI) três fotografias da década de 1960, quando morou em Ibiporã (fotos anexas).
Em uma delas, de 1967, ele aparece com várias crianças e adultos em frente à casinha de madeira. É um dos meninos agachados, abaixo do que está com o acordeon. A imagem, rica em informações, mostra a varanda da casa, com uma cerca de treliça (a casa possui esse alpendre até hoje), as famílias ao fundo e à direita, uma cerca de madeira que dividia o espaço da casa, da linha férrea. Nos trilhos, aparecem vários vagões de carga de uma composição que devia estar parada mais à frente, na plataforma da estação.
Solicitamos a José Roberto uma entrevista em vídeo para que contasse mais detalhes sobre sua vida e a infância ao redor da linha, mas o advogado declinou do convite, embora tenha colaborado com várias informações. Enviou também outra foto de uma festa de aniversário com 15 crianças e adultos em um dos cômodos da casinha. Era a época das famílias numerosas...
José Roberto enviou ainda outra foto, de 1966, quando estava no 2º ano primário no Grupo Escolar Engenheiro Beltrão, de Ibiporã. Hoje mora em São Bernardo do Campo (SP) e tem buscado também as suas origens espanholas, da família de seu avô paterno, de sobrenome Velázquez.
(por: Jaime Kaster - jornalista - Área de Museus da SMCT