Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado Projeto Político Pedagógico – PPP. Com o objetivo de sistematizar, dar visibilidade, unicidade, democratizar o acesso e trabalhar de forma integral as linguagens artísticas ofertadas nos cursos livres disponíveis à comunidade, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SMCT) está elaborando o seu PPP.
O documento, que orientará todas as ações a serem tomadas pela secretaria, com base em suas diretrizes e na identidade da instituição, está sendo construído coletivamente pelos professores dos cursos livres e equipe pedagógica. As reuniões estão sendo conduzidas pela pedagoga Bianca Soares de Farias. Juntamente com a coordenadora do curso de Artes Plásticas, Carolina Sobreira, Bianca apresentou aos professores uma proposta de metodologia de ensino pautada no processo da Abordagem Triangular, criado pela educadora Ana Mae Barbosa no final dos anos 80. “A abordagem triagular, uma das práticas mais utilizadas nas escolas brasileiras, baseia-se em três pilares: contextualização histórica; apreciação artística; e fazer artístico. Ana Mae Barbosa enxergou nas artes muito além da estética, a criatividade ou seu potencial crítico e transformador. Viu nela a oportunidade de aprender e educar”, explica a pedagoga.
Para a construção do PPP, foi solicitado que cada coordenador de curso apresente dois teóricos de sua área de atuação para fundamentar a proposta pedagógica. Após análise, será definido um referencial teórico para embasar a metodologia de ensino. A orientação é que os conteúdos a serem trabalhados estejam relacionados com a realidade do aluno e do seu entorno.
Implantar uma Escola de Cultura, dando importância a todas as manifestações artísticas disponibilizadas gratuitamente à população por meio dos cursos livres, foi uma das primeiras decisões do secretário de Cultura e Turismo e diretor presidente da Fundação Cultural de Ibiporã, Luciano Betiate. “Na área cultural, Ibiporã sempre foi mais conhecida por sua Escola de Ballet, a qual vem desenvolvendo um importante e sólido trabalho desde o final dos anos 80, com um projeto pedagógico já estruturado. Entendi que deveria haver uma evolução, abarcando todas as manifestações artísticas ofertadas há décadas à população, por meio dos cursos nas áreas de Teatro, Música, Artes Plásticas. Todos estes dentro de um processo pedagógico regido por um Projeto Político Pedagógico, o qual norteará as práticas educacionais”, contextualiza o secretário.
Cursos livres em tempos de pandemia
Outro tema abordado durante as reuniões são as práticas pedagógicas no contexto da pandemia da Covid-19. As aulas presenciais apenas para alunos acima de 12 anos e já matriculados em 2020 de alguns cursos foram retomadas no dia 10 de março seguindo uma série de critérios e protocolos de biossegurança para evitar a proliferação do novo coronavírus. Neste momento a presença não é obrigatória. Considerando os possíveis cenários da pandemia, também está sendo elaborado um plano para a oferta dos cursos em formato híbrido (presencial e remoto), e totalmente à distância, apoiando-se em tecnologias digitais. O intuito é preservar a trajetória acadêmica dos estudantes e manter o vínculo entre professor e aluno, mas com toda a segurança necessária.