Ninguém discorda que a prática regular de exercícios físicos, a socialização, a leitura ou outra atividade mental são fundamentais para qualquer pessoa da terceira idade. O difícil é colocar em prática. Então, que o exemplo de Dona Ruth Tadei Godoy, de Ibiporã, sirva de inspiração para os acanhados e desmotivados.
Com 69 anos, Dona Ruth poderia ser uma pessoa triste, pois está viúva desde os 50. Mas não. Além de dar atenção à família (tem quatro filhos, oito netos e dois bisnetos), ela dedica o tempo livre para fazer as mais variadas atividades, muitas ligadas à cultura. No momento está fazendo aulas de violão, técnica vocal e teatro, com os professores da Fundação Cultural de Ibiporã.
Ruth participa do Centro de Convivência dos Idosos (CCI), mantido pela Prefeitura de Ibiporã, através da Secretaria de Assistência Social, e está sempre buscando fazer algo para evitar ver as amigas tristes. \"Não consigo ver uma pessoa pra baixo, achando que não tem mais nada para fazer na vida, que tudo já acabou. Na hora em que eu vejo uma situação dessas, invento qualquer coisa ou conto uma piada que faz o povo se acabar de rir\", comemora.
Motivada pelo filho solteiro, Valdislei Pedro Godoy, \"que não me deixa ficar parada\", Ruth foi se soltando aos poucos e perdendo a vergonha de experimentar coisas novas. Foi assim que se inscreveu, aos 59 anos, no Concurso da Mais Bela Idosa, promovido pel de Ibiporã e venceu. Depois se inscreveu de novo e ficou com o título de Princesa.
Em 2012 começou a participar do grupo de teatro do CCI, mantido pela Fundação Cultural, que tem apresentado a peça Janelas da Vida. Nela, Ruth faz o seu papel e ainda toca uma música de Raul Seixas (\"Capim Guiné\") ao violão. \"A letra chama a atenção das pessoas porque diz \'Você tá vendo tudo e fica aí parado\'. É legal. Faz o povo acordar pra vida\", afirma. Para tudo isso o que não se pode é ter vergonha. \"Fui perdendo o medo de me expor, mas também não exagero porque não quero prejudicar ninguém.\"
A lição que Dona Ruth deixa é que exercitar arte e cultura é bom para o corpo e a mente. \"As aulas de música e o teatro me alegram, eu me sinto muito bem. Daí não preciso nem tomar remédio\", afirmou.